domingo, 13 de outubro de 2013

Semana Antes da Romaria

14 de outubro|segunda-feira
19h00 – Missa Solene das mulheres

15 de outubro|terça-feira
18h00 – Procissão do Terço dos Homens saindo da Matriz de São José
19h00 – A Grande Missa de Mozart, celebrada por Dom Carlos e tocada pela Orquestra da Fundação Carlos Gomes.

16 de outubro|quarta-feira
08h00 – Missa dos enfermos e idosos na Catedral Santa Maria Mãe de Deus
19h00 – Missa com os Educadores, Funcionários Públicos e Militares.

17 de outubro|quinta-feira
09h00 – Missa dos estudantes na Catedral Santa Maria Mãe de Deus
19h00 – Missa com os Taxistas, Moto-Taxistas, Motoristas e cobradores de ônibus e vans.

18 de outubro|sexta-feira
09h00 – Romaria Infantil das Escolas Municipais no Apeú.
16h00 – Romaria dos Idosos
19h00 – Missa com Comerciários e Produtores Rurais.

19 de outubro|sábado
08h00 – Saída da Carreata da Catedral Santa Maria Mãe de Deus
14h00 – Retomada da Carreata na Yamada Plaza
18h30 – Missa Campal no Apeú e bênção dos Carros
21h30 – Homenagem à Mãe de Deus e troca dos Mantos.

20 de outubro|Domingo
06h00 – Saída da Romaria da Matriz de São José

07h00 – Missa na Catedral presidida pelo Bispo Dom Carlos Verzeletti e o Arcebispo Dom Alberto Taveira

HOMILIA DA ORDENAÇÃO SACERDOTAL DO DIACONO CHARLES


 em 27 DE SETEMBRO DE 2012
Caríssimo Mons. Gabriel, meu Vigário Geral,
Queridos padres, diáconos, seminaristas, religiosas, 
familiares e amigos do diácono Charles,
irmãos e irmãs todos das diversas paróquias,  da Catedral, especialmente da comunidade da Fonte Boa, da Vigia e de Santa Isabel
Querido diácono Charles,

“Como o Pai me amou, eu também vos amei. Permanecei no meu amor”. Jesus, revelando-nos o amor que o Pai tem por Ele, nos convida a entrar e permanecer no círculo do amor Trinitário. Com o Batismo a Trindade Santa fez morada em nós e nós, santificados pelo Espírito de Jesus, fazemos parte a pleno titulo da sua família.

Charles, Deus te chamou desde a eternidade. Santificado e divinizado nas águas do Batismo fez de ti seu filho chamando-te a ser santo. Não esqueças, pois, que antes de ser padre és e deves ser cristão, um irmão entre os irmãos, inserido e unido a todos os membros do Corpo de Cristo, pronto a partilhar na alegria os dons da salvação, seguindo aquele que é o único Mestre e Senhor.

Começa hoje para ti a vida sacerdotal: dom precioso e grave responsabilidade, “um poema e um drama, um mistério novo... fonte de continua meditação... sempre objeto de descoberta e de encantamento; o sacerdócio é sempre novidade e beleza para quem lhe dedica amoroso pensamento... é o reconhecimento da obra de Deus em nós”. Com a ordenação sacerdotal tu és chamado a unir-te de modo todo especial ao Senhor Jesus e a Ele configurar a tua vida, assumindo a sua identidade, conformando a Ele a tua pessoa e a tua vida sacerdotal.
O que muda hoje em Ti, Charles, é o fato que tu te tornas padre, e se isso está acontecendo é porque tiveste certamente uma forte percepção de Deus e encontraste Jesus, diversamente não se explica porque tu estejas renunciando a prazeres, riquezas ou honras para trilhar uma carreira de despojamento e de pobreza, com poucas gratificações se comparadas as que outras carreiras podem oferecer. Se escolheste ser padre é porque fizeste experiência de Deus, e queres continuar a fazê-la por toda a vida, mostrando com teu modo de pensar e de agir que Deus tomou posse da tua existência e que criou em ti um modo diferente de sentir e de agir.
Fico arrepiado quando penso que, para construir a sua Igreja, Cristo se entrega nas minhas  mãos, nas mãos de um sacerdote, nas mãos de um homem tirado do meio dos homens, pecador e frágil como eu, como nós somos. Diante de tamanha confiança, a mim, a nós padres, e a ti, futuro padre Charles como não confiar nele sem reservas¿ Como não nos entregar a Ele inteiramente¿ Amar o Senhor Jesus acima de tudo e de todas as coisas deve ser a alma e a razão do nosso ministério sacerdotal. Como antes de confiar a Pedro a missão de cuidar do seu rebanho, Jesus perguntou-lhe se o amava mais do que os outros, assim hoje, antes de receber o seu Espírito pela imposição das mãos Jesus pergunta-te: “Charles, tu me amas radicalmente e sem reservas¿ Sou eu o principio e a fonte incessante da tua vida sacerdotal¿”  Tu conseguirás descobrir a vontade do  Pai e doar-te inteiramente ao rebanho se permanecerdes no seu amor, se estiverdes unido a Ele.
Nos diversos compromissos, trabalhos e ocupações, em qualquer situação ou acontecimento encontrarás a unidade da tua vida, a unidade do teu ser sacerdote exatamente nesta fonte da amizade profunda com Jesus, estando interiormente com Ele,  junto dele, unido a Ele.
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecerei no meu amor”. Tu serás feliz como sacerdote se guardarás o mandamento que resume todos os mandamentos, se viverás plenamente a mesma missão de Jesus, se amarás e darás a vida pelos irmãos: “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Não há maior amor do que dar a vida pelos seus amigos”. O elemento que unifica a vida do padre é sempre a caridade pastoral que tem sua única fonte num relacionamento cada vez mais íntimo com Cristo através da oração e o torna capaz de  viver o dom total de si mesmo pelo rebanho, de modo que o Povo de Deus cresça na comunhão com Deus e seja manifestação da comunhão da Santíssima Trindade.
Toda nossa ação, de fato, tem como objetivo conduzir os fieis para a união com o Senhor e fazer crescer assim a comunhão eclesial para a salvação do mundo. As três coisas que não podem faltar na vida de um padre, e pelas quais cada padre deve entregar a sua vida são: a união pessoal com Deus, o bem da Igreja, o bem da humanidade na sua totalidade.
Sinal luminoso desta caridade pastoral e de um coração indiviso é o celibato. O Senhor Jesus deve ser a tua grande atrativa, o argumento principal da tua reflexão e pregação, e sobretudo o fruto de um amor vivo e confiante. Sem duvida nenhuma o amor por Jesus vale para todos os cristãos, mas adquire um significado especial pelo sacerdote celibatário: somente e sempre em Cristo se encontra a fonte e o modelo para repetir cotidianamente o “sim” à vontade de Deus. Cristo é tudo para nós.
Charles, a partir de hoje, tu és um sinal sacramental da ação de Cristo na Igreja. O poder que tu recebes é uma participação à autoridade com a qual Cristo, pelo Espírito, conduz a Igreja. Ele a Cabeça da Igreja, o servo que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida em resgate por todos” (Mc 10,45). E o seu serviço chega ao seu ápice na sua morte de cruz, com o dom total de si mesmo, na humildade e no amor.
Tu, portanto, contemplando Cristo servo, deverás levar a marca desta atitude essencial de serviço ao Povo de Deus, livre de qualquer presunção ou desejo de aproveitar-te do rebanho, e pensar a ti mesmo. Um serviço feito de animo alegre, de boa vontade e segundo Deus, sendo modelo para o rebanho de modo que este se coloque a serviço da vida plena de todo homem. És enviado a anunciar e a mostrar a força do amor de Deus, aquele amor de Deus que se dirige a todos, aos afastados, aos pecadores, também as pessoas que não o merecem.
Charles, não pretendo que tu faças milagres, mas, lembrando que hoje é a festa de São Vicente de Paulo, Pai dos Pobres e reformador do clero, uma coisa sim quero: que tenhas um grande respeito e um amor imenso para com o homem fraco, o homem pobre e pequeno, e que lá onde a fraqueza for maior, mais delicado, mais atencioso, mais respeitoso seja o teu amor.
Lembra-te que o teu ministério é um ministério colegial, comunitário, que não és um batedor livre, e que tu podes desenvolver o teu ministério somente junto com os outros sacerdotes e junto com o Bispo, pois contradiz a essência do ministério sacerdotal trabalhar por conta própria para realizar projetos  pessoais.
Mas sendo que nós padres, e tu daqui a pouco, devemos fazer encontrar o único Jesus Cristo e devemos apresentar o único projeto que se chama Jesus Cristo e devemos doar a todos a única riqueza e graça que se chama Jesus Cristo, não podemos transmiti-lo cada um de nós por conta própria, conforme nossos gostos, pois não tem um Cristo do jeito e do gosto de cada padre, mas tem um só Jesus Cristo, e nós padres juntos devemos realizar um único ministério e não um ministério conforme nossos gostos. O nosso ministério é um único ministério que todos os padres juntos e somente juntos podem realizar como instrumento do único Jesus Cristo, como testemunhas do único Reino dos céus. Cada sacerdote faz parte do mesmo presbitério e cada um precisa dos outros todos para poder ser aquilo que é, aquilo pelo qual é chamado.
Evidentemente não podemos esquecer que cada um de nós é chamado com a sua identidade, é chamado ao apostolado com as suas características humanas, psicológicas, com sua capacidade, com a sua historia, marcado pelas relações que estabeleceu na sua vida. Cada um deve procurar ser ele mesmo evitando a tentação do confronto com os outros. O confronto devemos fazê-lo com nós mesmos, com a nossa vocação e com aquilo que o Senhor espera de nós.
“Gratuitamente recebeste, gratuitamente deveis dar”. Lembrados que o operário tem direito de ter o necessário para o seu sustento e para viver, é bom lembrar que ser apostolo, ser padre ou Bispo não é certamente um instrumento para tornar-se ricos ou famosos. “Gratuitamente recebestes”. Somos padres não porque somos particularmente inteligentes, ou particularmente habilitados ou porque alcançamos não sabes quais metas com o nosso empenho, somos padres por uma graça imerecida.
Veja, Charles, tu te tornas padre pela imposição das mãos daquele pobre homem que é o Bispo, mas que é o sinal do Senhor ressuscitado. Tornas-te padre por causa disso, e isto te é dado de graça... grátis... Sendo que o recebes grátis, o teu ministério seja gratuito, sem querer especular sobre ele.
Se na tua vida e no teu ministério saberás doar gratuitamente, então demonstrarás com o teu modo de viver que recebeste grátis; que o Senhor te amou acima de qualquer medida e que o bem que o Senhor te quer te tornou bom e melhor e mais capaz de amar gratuitamente.
Quem doa gratuitamente produz algo que não é mundano, pois, todas as ações de bondade feitas na gratuidade, podem ser explicadas somente a partir da graça de Deus, do dom originário de Deus.
Então eu desejo, faço votos, que tu, Charles, possas realizar o teu ministério assim, grátis, grátis, porque só assim conseguirás transmitir o amor de Deus e levarás as pessoas a encontrar-se com o amor de Deus que salva. Procura, pois, amar como Jesus ama e continua amando também diante da indiferença e da falta de gratidão, também quando terás a impressão de não ser compreendido e perceberes que o teu dom não produz alegria e bondade.
Somente o dom de te mesmo testemunhará o Senhor e será garantia de um ministério rico de alegria. A alegria vem como acréscimo dado pelo Senhor, quando conseguimos em nossa vida colocarmos plenamente ao seu serviço em atitude de obediência.
Olha, pois, para frente com confiança, contando com a fidelidade de Deus, que nunca faltará e o poder da sua graça, capaz de realizar sempre novas maravilhas, também em nós e conosco. Amém.
Dom Carlos Verzeletti
Bispo Diocesano